Olimpíadas na telinha
Esse ano tivemos a tão esperada Olimpíadas em Londres, e eu aposto e ganho que você foi uma das milhões de pessoas do mundo que assistiram esse tão esperado evento pela televisão.
Bom, o início disso foi em 1936, com a primeira Olimpíada transmitida na TV, em Berlim poucos anos antes do início da Segunda Guerra Mundial.
Essa Olimpíada teve como objetivo mostrar aos alemães e a todas as nações que a raça ariana era superior a todas as outras, por isso Hitler fez questão de ser revolucionário.
Uma prova dessa revolução foi que não somente foi a primeira Olimpíada transmitida na TV, mas também a primeira transmissão ao vivo na TV foi o discurso de Hitler na abertura das Olimpíadas. Se você pensa que foi simples saiba que a potência das ondas usadas foi tão grande que continuam a se propagar pelo espaço indefinidamente.
Apesar de todo esse esforço para ter uma grande marca de superioridade nos outros países, o verdadeiro destaque dessas Olimpíadas acabou sendo a história do atleta Jesse Owens, em que Hitler recusou-se a cumprimentar o campeão.
Os jogos foram transmitidos para um circuito fechado composto por 25 telões espalhados pela cidade, isso foi feito, pois nessa época a TV ainda era relativamente uma novidade, por isso as pessoas não tinham em casa como temos hoje em dia.
A partir disso a tecnologia decolou, por exemplo, em 1957 ocorreu a primeira transmissão e TV via satélite.
Nos dias atuais, além de podermos assistir os jogos olímpicos com facilidade com TVs nas nossas próprias casas, ou também pela internet, tudo ao vivo e com alta definição, e esse ano tivemos uma novidade em que pudemos assistir aos jogos nos cinemas em 3D.
Dora, o saltador
Muitos casos de boicotes em Olimpíadas já aconteceram. E todo mundo sabe disso, mas alguns casos se destacam pelo fato de que nem parecem reais. Um desses é o caso de Dora Rajten, um campeão de salto em altura feminino...
Nas Olimpíadas de Berlim em 1936, por pressão dos EUA, a Alemanha teve como atleta uma judia, que era uma das melhores saltadoras em altura da Alemanha. Seu nome era Gretel Bergmann. A Alemanha, porém, tentando demonstrar a superioridade da raça ariana, afastou-a da competição logo que os atletas americanos embarcaram no navio que os levaria para a Alemanha.
Para substituir a atleta, a Alemanha enviou Dora Ratjen. Porém esta era um homem. Nas Olimpíadas de 1936 ela ficou em 4o lugar, porém nos anos seguintes ela passou a se considerada uma das melhores saltadoras do mundo. Em 1938, ela ficou em primeiro lugar na competição de salto em distância no Campeonato de Atletismo Europeu, em Viena. O mesmo ano em que a farsa foi descoberta.
Dora voltava de trem para casa, depois do Campeonato de Atletismo Europeu em Viena. Ela, para manter a farsa, usava roupas femininas. O que a entregou foi um detalhe crucial. A barba por fazer. Acredita-se, apesar da falta de provas, que Dora estava farta do fingimento e queria acabar com a mentira.
Com 21 anos, Dora trocou seu nome por Heinrich e passou a ser conhecido por Heinz. No dia 22 de Abril, no ano de 2008, Heinz Ratjen morreu no anonimato, levando com ele o mistério de uma das maiores fraudes da história dos esportes.
O fato, de tão interessante, deu origem a um filme chamado Berlin 1936. O mais curioso do caso é que, apesar de ser do sexo masculino, sua certidão trazia o nome Dora e seus pais o criaram como uma menina. Heinz morreu sem nunca ter dado entrevista sobre o assunto e a razão de sua família ter escondido seu verdadeiro sexo ainda é desconhecida. E provavelmente esse é um mistério sem solução, pelo menos por enquanto.